quarta-feira, 15 de maio de 2013

RESUMO DO TEXTO: "THE POLITICAL ECONOMY OF INTERDENOMINATIONAL COMPETITION IN LATE-NINETEENTH-CENTURY AMERICAN CITIES." (A ECONOMIA POLÍTICA DA CONCORRÊNCIA INTERDENOMINACIONAL EM CIDADES AMERICANAS FINAL DO SÉCULO XIX-XX.), DE JASON KAUFMAN

KAUFMAN, Jason. The Political economy of interdenominational competition in late-nineteenth-century American cities. Journal of Urban History. V. 28, N. 4, May 2002, p. 445-465.

- A América do Norte se destaca por não ter uma religião sancionada pelo Estado, nem uma tradição dominante. Como o “boom” do associativismo no final do século XIX afetou a vida religiosa nas cidades norte-americanas? Essas questões destacam um elemento religioso americano: o surgimento de organizações voluntárias religiosas para o conforto dos seculares, os seguros de vida coletivos e outros serviços sociais. (p. 445)
- Católicos, protestantes, judeus e outras denominações religiosas ofereceram muitos benefícios semelhantes aos futuros membros e ao fazê-lo, adotaram uma estratégia comum de organização, apesar das diferenças ideológicas. Os católicos e as comunidades judaicas enfrentaram grande concorrência dos evangélicos protestantes que atraíam os convertidos oferecendo muitos bens e serviços. Assim surge uma ampla concorrência religiosa nos EUA. (p. 446)
- Os sociólogos Roger Finke e Rodney Stark, inspirados na economia neoclássica que descreve a história religiosa americana como forma de mercado social para os membros, foram defensores de um paradigma emergente na sociologia da religião que enfatiza o papel da competição entre as denominações religiosas durante este período histórico americano. (p. 446)
- Quando as seitas de sucesso são transformadas em igrejas elas deixam de crescer e começam a diminuir gradativamente. Implícitas estão as necessidades espirituais dos membros. Se essas organizações proíbem ou condenam a vida material dos membros elas também estão condenadas ao fracasso. (p. 446)
- O Estado e o mercado não ofereciam outros serviços, então as congregações religiosas adotaram estratégias formando clubes e sociedades fornecendo clubes e sociedades que ofereciam certos benefícios. O final do século XIX foi uma época de prosperidade econômica e vida atormentada das entidades religiosas. Muitas entidades religiosas criaram organizações destinadas a encontrar um equilíbrio entre as demandas de Deus e as dos homens. (p. 447)
- A tradição anglo-americana religiosa de assistência beneficente estabeleceu organizações fraternas de capital, como auxílio doença e seguro funeral, serviços questionáveis pela “vontade de Deus”. Com a separação constitucional entre Estado e Igreja no final do século XIX, as entidades religiosas enfrentaram grandes desafios o financiamento dos seus empreendimentos e no recrutamento e filiação de membros devido à concorrência religiosa. (p. 447)
- Este artigo é uma breve análise histórica dos vários exemplos de características da vida religiosa americana. É um trabalho com a investigação focada em fontes primárias de Boston e São Francisco, concentrado na economia política da concorrência interdenominacional, concentrado na proliferação de associações mútuas coletivas, de benefício de seguro. (p. 447)
- O desenvolvimento americano de um mercado religioso fomentou um clima de voluntarismo competitivo prestado aos cidadãos, antagônico ao controle do Estado. Os eleitores americanos demoraram a conquistar o seguro social como uma função governamental. Quando isso finalmente aconteceu, a assistência fraterna mútua foi rapidamente abandonada. (p. 448)

ESTE MUNDO E O PRÓXIMO: SEGURO DE VIDA COLETIVA PARA CORRELEGIONÁRIOS

- Os últimos ritos e um enterro apropriado era uma questão importante, especialmente nas cidades, no final do século XIX. No velho mundo europeu, o pagamento obrigatório do dízimo previa auxílio nos enterros e na aquisição de cemitérios próprios. Nos EUA, as comunidades religiosas sem qualquer auxílio do Estado, tiveram que encontrar por si mesmas, locais adequados para os enterros. Além disso, as exigências para um enterro adequado acentuavam-se diante das dificuldades financeiras das famílias das classes trabalhadoras. A morte tornou-se preocupação. (p. 448)
- Uma opção era o seguro de vida comercial, mas só os ricos tinham acesso. Os menonitas ameaçavam de excomunhão quem fizesse o seguro e os ministros luteranos e episcopais eram compra a prática e comparavam o seguro de vida com jogar na loteria. O seguro de vida era a negação do Evangelho que dizia: “Deus vai prover”. (p. 449)
- A companhia de seguros mais antiga das colônias americanas era o Fundo dos Ministros Presbiterianos da Filadélfia, fundada em 1759, para benefício dos clérigos. Logo após, em 1769, foi fundada a Corporação Episcopal Protestante, também na Filadélfia. (p. 450)
- O verdadeiro nascimento de um seguro de vida voluntário sem fins lucrativos começou depois da guerra civil. As sociedades fraternas de auxílio mútuo foram formalmente reconhecidas como instituições sem fins lucrativos. Em alguns aspectos, eram modelos Tocquevillianos por excelência. (p. 450)
- A nomenclatura das próprias organizações pretendia evitar o estigma do seguro. A beneficência fornecia além do seguro para o enterro, um pequeno pagamento para os familiares do morto. (p. 451)
- O senso comum das palavras “caridade” e “beneficência” mudara dramaticamente. Judeus e católicos criaram esses “seguros de vida” beneficentes, que além de oferecer o seguro comercial, ofereciam também espaços de lazer para os membros. É difícil avaliar a frequência do benefício mútuo nas comunidades protestantes. (p. 453)
- Segundo Richard De Raismes Kip, algumas sociedades são restritas a judeus, outras a luteranos, outras a batistas e católicos. Mas em algumas, basta ser cristão. Apesar disso, a fé cristã muitas vezes não é o suficiente. Precisa-se que os membros sejam ativos na comunidade e tenham um caráter moral aceitável. (p. 454)
- Em 1890 foi fundada a primeira sociedade fraterna de mulheres: a Associação Beneficente Católica, mas muitos alegavam que as mulheres não precisavam de seguro de vida. (p. 454)
- Havia dois problemas no modelo beneficiário fraterno:
1) Financiar seguro de vida e auxílio doença em escala pequena e não profissional;
2) O modelo não prevê cobertura universal para todos os membros. (p. 455)
- Bem-estar significava satisfação das necessidades espirituais. O aoutor fala sobre a criação de Orfanatos. (p. 456)

A ECONOMIA POLÍTICA DE COMPETIÇÃO INTERDENOMINACIONAL

- Assim como a vida econômica e social se expandiu nas cidades no final do século XIX, a vida religiosa também se expandiu. Também foram criados clubes e outros tipos de associações religiosas. (p. 457)
- Metade das crianças desamparadas eram cuidadas por não católicos. (p. 459)
- São necessárias mais pesquisas em diversas áreas relacionadas a este assunto. Os benefícios materiais descritos aqui, na verdade, desempenharam um papel válido no recrutamento e retenção de membros de igrejas rivais e congregações e os representantes das diversas religiões "concorrentes" também acabaram interagindo de certa forma. (p. 461)

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